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Fim de festa

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Na mesma rua todas as noites aquele olhar felino a seguia. Uma sombra de dúvidas povoava sua mente.Seria de carinho ou desprezo aquele olhar? Um misto de paz e amargura tomava conta de seu peito quando passava por ele.Sempre tentando não encará-lo.Mas uma espécie de ímã a levava a encontrar o seu olhar.Nuvens percorriam o céu prenunciando um terrível temporal.Era uma noite especial para todas as famílias da aldeia.Noite de festejos e encantos.E aquela mulher solitária perdeu-se da sua família há bem mais de trinta anos.O Natal era a noite mais difícil de todo o ano.Ela fechou os olhos a imaginar que aquele felino seria o único a compartilhar da sua solidão.Choveu bem antes nos seus olhos.E resolveu atravessar a rua pela última vez.

Pássaro poderoso

Não bastou -lhe possuir asas.Teve que ser pássaro e alçar voos.Uns breves .Outros mais longos.Reiventar a vida a cada investida.E como o canto era suave demais.Pouco era ouvido por outros animais que habitavam aquela enorme floresta.

Viver plenamente!

  Quero apenas cinco coisas...primeiro e o amor sem fim... a segunda e ver o outono ...a terceira e o grave inverno. Em quarto lugar o verão ...a quinta são teus olhos... Nao quero dormir sem teu olhos. Não quero ser...sem que me olhes. Abro mão da primavera para que continues me olhando                                      Paulo Neruda Ao contrário de Neruda ...nao abrirei mão da primavera.Porque contém flores primeiras que enriquecem muito mais o amor.Pensei em abandonar o inverno por trazer em sua essência a frieza de todas as outras estações .Ou mesmo o vento outonal que arrasta todas as vontades dos olhos dos que acreditam.Tentei eliminar o verão ...seu denso sol e seus infinitos matizes que ressecam as ilusões de um poeta.mas descobri maravilhada.Que para amar...não se pode abandonar nenhuma estação .Porque no amor há espaço para todas elas.o amor expande nossos corações ...para uma vida tão próxima da plenitude!!!

Longa espera

O tempo costumava passar lento quando ela o aguardava.Era uma espécie de deserto na alma.Um sol que castigava e danava o solo.Condenado.a a infertilidade. Dimensões tao desiguais essas dos sentimentos.Uns amam tanto e outros amam quase nada.Uns se entregam inteiramente na errada medida.No exagerado apego que arrasta para um lugar sombrio.Sufocava- se em lágrimas quando ele não vinha.Sua felicidade inteira cabia nas mãos daquele homem? Os seus melhores instantes pertenciam a ele.e aquela ausência doía muito mais quando anoitecia?Porque as noites despertavam fantasmas adormecidos....na claridade das aparências diárias.